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Djokovic supera deportação e busca retorno triunfal na Austrália

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Tudo mudou no Aberto da Austrália de um ano para o outro. Novak Djokovic passou de vilão em 2022 para o herói que busca seu retorno triunfal. Já o torneio flexibilizou tanto suas regras sanitárias que vão permitir que tenistas infectados até em quadra. E o próprio governo australiano, responsável pela rumorosa deportação do ex-número 1 do mundo, permitiu permissão ao atleta, que ficará sob todos os holofotes nesta edição do torneio, a partir da noite deste domingo (15/1).

Todo este contraste é resultado de uma alteração brusca nas regras australianas para combater a pandemia. País que contorna com algumas das leis mais rígidas diante da Covid-19, a Austrália causou discussão no mundo do tênis nos últimos anos. Em 2021, irritou parte dos tenistas com sua “bolha” sanitária, que fez os hotéis dos jogadores parecerem prisões.

No ano seguinte, foi um dos primeiros eventos esportivos a cobrar dos atletas o comprovante de vacinação contra a Covid-19. Os tenistas correram para buscar o imunizante, menos o então número 1 do mundo. Djokovic alegou ter recebido permissão especial para jogar, mas as autoridades australianas não aprovaram a ideia. O caso parou na Justiça, gerou repercussão mundial e até “greve” liderada por seu pai na Sérvia. O tenista acabou sendo deportado, num dos maiores escândalos da história do tênis.

Pela lei, a deportação acarretaria na internação de entrar no país pelos três anos seguintes. Porém, isso também mudou. Em novembro, com a flexibilização das regras sanitárias no país da Oceania, as autoridades resolveram tolerar o tenista, que já está em solo australiano há algumas semanas.

As regras mudaram tanto que o torneio aceitará tenistas infectados pela Covid-19 em suas quadras. “Nós apenas queremos seguir o que está atualmente na comunidade internacional”, afirmou o diretor do torneio, Craig Tiley, que pedirá aos infectados que se isolem. Mas venceu que “possivelmente haverá jogadores que vão competir com Covid”.

Neste contexto, agora favorável a Djokovic, ele espera retomar o protagonismo, de forma positiva, principalmente num novo momento do tênis, já sem os astros Roger Federer e Serena Williams. Além disso, o atual número 1 do mundo, o espanhol Carlos Alcaraz, será baixado por lesão.

O serviço não será protagonista apenas por conta do seu retorno pós-deportação. Em quadra, ele vem superando as atuações discretas de 2022 e é favorito para buscar o seu 10º título em Melbourne. Se isso acontecer, Djokovic igualará o recorde de troféus de Grand Slam, que hoje pertence a Rafael Nadal, com 22 conquistas. De quebra, o número cinco do mundo pode encerrar o torneio na liderança do ranking.

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A favor do serviço também é a opção da organização por um piso mais rápido neste ano que atrapalha o estilo de Nadal, maior candidato a algoz de Djokovic em Melbourne. “É ótimo poder voltar à Austrália e a Melbourne. Esta é a quadra onde eu chorei as minhas melhores memórias de tenista profissional”, diz o atleta, invicto há 21 partidas no Aberto da Austrália.

teste da torcida

Superada as restrições da Austrália, a maior preocupação de Djokovic reside na reação da torcida em seu retorno. Mas o serviço não tem motivos para reclamar até agora. Em Adelaide, em torneio preparatório, ouviram-se aplausos e elogios. “A recepção foi fantástica. Eu fiz um torneio incrível, com tremendo apoio. As arquibancadas estavam lotadas em todos os jogos”, apresentou o ex-líder do ranking.

Em Melbourne, num teste ainda mais delicado, Djokovic também parece ter sido “perdoado” pela torcida por ter tentado entrar no país sem comprovação de vacinação. Ele foi alvo de uma recepção ansiosa e até empolgada em alguns momentos na exibição que disputou com o local Nick Kyrgios, na sexta-feira, no complexo do Grand Slam.

A princípio, a direção do torneio até prometeu punição a torcedores que vissem a se manifestar ofensivamente contra Djokovic no Melbourne Park. “Serem atrapalhar a diversão de qualquer outra pessoa, eles estão fora. Não os queremos no local Vamos expulsá-los”, disse Craig Tiley.

feminino

Imprevisível, como de costume, a chave feminina poderá apresentar ainda mais surpresas neste ano em Melbourne. Isso porque a número 1 do mundo, a polonesa Iga Swiatek, só jogou uma competição neste ano e não brilhou. A japonesa Naomi Osaka e a romena Simona Halep, que levantaram troféus de Grand Slam nos últimos anos, estão fora. Osaka está grávida e Halep teve suspensão temporária por doping. A veterana Venus Williams será baixa por problemas físicos.

Entre as candidatas a surpresa está a brasileira Beatriz Haddad Maia. O número 15 do mundo vive grande fase e pode alcançar a segunda semana do torneio. No ano passado, foi vice-campeã nas duplas, num resultado histórico para o tênis brasileiro. Deste ano, o Brasil terá o reforço de peso de Luisa Stefani, medalhista olímpica e ex-número 9 do mundo nas duplas.

As duas tenistas devem se concentrar nos holofotes da torcida brasileira, desbancando os homens, que já foram os protagonistas em anos recentes, com Bruno Soares, já aposentado, e Marcelo Melo, na reta final de sua carreira.

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Fonte Metropoles

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