Eles tentam “matar” Pelé outra vez, mas o Rei é imortal

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Como o Metrópoles noticiou nesta sexta-feira (13/1), no jogo de abertura do Campeonato Carioca – no momento em que se respeitou um minuto de silêncio em homenagem a Pelé – a torcida do Flamengo, do nada, o xingou de “maconheiro”.

Por que eles fizeram isso? Desde o dia 29, quando o mundo inteiro reverencia o Rei do Futebol com respeitosas homenagens que foram prestadas nas principais ligas, aqui no Brasil, na sua terra, os seus irmãos, que deveriam se orgulhar de sua majestade, tornaram-se recorrentes de ingratidão.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, após o velório na Vila Belmiro, sugeriu que todos os países batizem pelo menos um estádio com o nome de Pelé. Alguns já existiam a fazer isto.

Ironicamente, a Assembleia dos Deputados de Alagoas já tentou várias vezes mudar o nome do Estádio Rei Pelé, em Maceió, para Rainha Marta.

O Santos, que planeia em breve a reconstrução da Vila Belmiro, jamais cogitou a possibilidade de rebatizar o estádio com o nome do Rei.

Muitos já insinuaram que “o Brasil não merece Pelé”. Verdade ou não, é preciso recordar a ausência quase unânime dos jogadores campeões do mundo no velório do Rei, dia 3 de janeiro, na Vila Belmiro. Cada um tinha uma desculpa esfarrapada para contar. Pegou mal, muito mal.

Histéricos no Maracanã

O xingamento gratuito que aconteceu na noite de quinta-feira (1/12) no Maracanã, foi como se a torcida quisesse matar o Rei do Futebol mais uma vez. Talvez por inveja. Quem sabe até por puro racismo?

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Numa paródia da música ‘Mil gols’, enquanto gritavam o nome de Zico, chamavam Pelé de “maconheiro” e Maradona de “cheirador”.

O telão do Maracanã mostrava imagens de Pelé e Roberto Dinamite, que dormiram nas últimas semanas, e foi possível ouvir, durante a transmissão da Band, uma história inconcebível e gratuita dos flamenguistas.

Constrangido, Zico – supostamente homenageado pela torcida Rubro-negra – não curtiu a palhaçada do Maracanã. Tanto que gravei esse vídeo, implorando para que o episódio nunca mais se repita.

Volto a perguntar: por que eles fizeram isso? E olha que estamos falando do mais famoso de todos os brasileiros. Alias, nenhuma personalidade nesse mundo é mais conhecida do que Pelé. O seu rosto se reflete nos vários títulos e homenagens ao longo da vida, dentro e fora do Brasil.

Em 1997, por exemplo, foi condecorado pela Rainha Elizabeth com a Ordem de Cavaleiro do Império Britânico. Também recebeu diversos títulos da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi nomeado o Atleta do Século XX por entidades esportivas e jornais internacionais.

Talvez a explicação para essa incontida inveja que alguns brasileiros sentem por Pelé estar numa frase do genial Tom Jobim. Ele disse certa vez: “O sucesso, no Brasil, é a pior das ofensas pessoais”.

O próprio maestro Jobim foi tão vítima quanto Pelé. Basta lembrar que, na década de 1960, ganhou o Grammy de Melhor Música do Ano com ‘The Girl From Ipanema’, concorrendo simplesmente com The Beatles, Elvis Presley e Frank Sinatra.

E, na época, sabe o que diziam dele aqui no Brasil? “Fica aí nos Estados Unidos mesmo, você já é americano”.

Salve o Rei!

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Fonte Metropoles

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