Em assembleia de acionistas realizada na noite de segunda-feira (9), a Gafisa confirmou o aumento de capital da companhia em R$ 78,1 milhões, com a emissão de 13,3 milhões de novas ações.
Foram 19,2 milhões de votos (ou ações) a favor do aumento de capital, ante 10,1 milhões de votos contrários.
A operação custou R$ 5,89 por ação aos subscritores, o que representa uma diluição dos acionistas que não acompanharam o aumento de capital.
Com uma decisão, um Gafisa agora possui 51,1 milhões de ações em circulação – então, eram até 37,8 milhões –, com capital estimado em R$ 1,33 bilhão.
A gestora Esh Capital, que questionava a operação, não acompanhou o aumento de capital da Gafisa. Por meio de seu fundo de investimento (Esh Theta), a gestora detinha 15,1% do capital da construtora, o que acabou diluído. Os novos percentuais não foram informados.
Apesar de ter sido derrotada na assembleia de acionistas, a Esh promete seguir contestando a operação. A gestora deve levar o imbróglio para análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Entenda a “guerra” entre Gafisa e Esh Capital
Em novembro do ano passado, a Gafisa havia informado ao mercado que estudava um aumento de capital de cerca de R$ 150 milhões. O valor anunciado agora, portanto, corresponde um pouco mais da metade da meta inicial.
A Esh alega que não teve qualquer envolvimento na subscrição e classifica a operação como “ilegal”. Segundo a gestora, a decisão da Gafisa não foi suficientemente tolerada com os acionistas minoritários.
Em nota, a construtora rebate as críticas da Esh e garante que todos os procedimentos legais foram adotados. “Qualquer outra posição é meramente especulativa e com intenções duvidosas”, afirma a Gafisa.
Em novembro, poucos dias após o Conselho de Administração da Gafisa ter aprovado o aumento de capital de R$ 150 milhões, a Esh pediu a convocação de uma assembleia geral para debater a decisão.
A gestora também quer a responsabilização judicial dos administradores e membros do Conselho Fiscal da companhia por despesas previdenciárias causadas à Gafisa entre 2019 e 2022, além da destituição dos integrantes dos conselhos de Administração e Fiscal.