Já era madrugada nos Estados Unidos quando o líder republicano Kevin McCarthy conseguiu os 216 votos necessários para ser o 55º presidente da Câmara dos Deputados. Após 15 rodadas e quatro dias de votações, McCarthy foi eleito, mas, segundo analista precisou fazer concessões para a extrema-direita, o que pode transformar seus dois anos no comando em um período de tensão nos EUA.
“Como presidente da câmara, minha responsabilidade final não é com meu partido. Nossa responsabilidade é com o nosso país”, afirmou em discurso, por volta da 1h deste sábado (horário de Washington). A última vez em que a Câmara teve mais rodadas para escolher o presidente aconteceu em 1923 – e foram nove naquele ano.
A sessão se mostrou tensa durante todo o tempo e, no fim, houve gritos e discussões. Houve até um deputado contido fisicamente por um colega. E é só a demonstração de como o novo Congresso dos EUA está dividido, principalmente dentro dos republicanos.
A contagem final foi de 216 a 212. Os democratas não desistiram em nenhum momento de votar no líder Hakeem Jeffries, enquanto seis republicanos se negaram a votar em McCarthy. O eleito eleito presidente substituiu Nancy Pelosi e quebrou uma sequência de quatro anos com o Partido Democrata no comando. Jeffries afirmou que a sigla vai colaborar com os adversários sempre que possível. No entanto, afirmou que colocará “os valores americanos acima da autocracia”.
De qualquer forma, o presidente Joe Biden parabenizou o californiano Kevin McCarthy. “Este é um momento para governar com responsabilidade e garantir que estamos colocando os interesses das famílias americanas em primeiro lugar”, disse o mandatário dos EUA.
A sessão marcou também a posse do 118º Congresso dos EUA. Entre os empossados estava George Santos, filho de brasileiros acusado de mentir no currículo durante a campanha eleitoral.
