Pequim
CNN
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o onda de infecções por Covid varrendo a China já pode ter atingido o pico em algumas das maiores cidades do país, incluindo Xangai e Pequim, de acordo com um novo estudo.
O estudo, publicado em 29 de dezembro no jornal revisado por pares Frontiers of Medicine, disse que a modelagem matemática previu que a última onda de infecções passaria pelas principais cidades da China até o final de 2022, enquanto mais áreas rurais seriam atingidas pelo surto em meados de 2022. – até o final de janeiro.
A propagação pode ser “dramaticamente aumentada” pelas viagens esperadas durante o próximo Festival da Primavera, um período de feriado nacional em torno do Ano Novo Lunar, que cai em 22 de janeiro, disse o estudo.
Por quase três anos, o governo chinês usou bloqueios rígidos, quarentenas centralizadas, testes em massa e rastreamento rigoroso de contatos para conter a propagação do vírus. Essa estratégia cara foi abandonada no início de dezembro, após uma explosão de protestos em todo o país contra restrições estritas que prejudicaram os negócios e a vida cotidiana.
Pesquisadores de universidades e instituições de saúde em Xangai modelaram as curvas de novos casos diários de Covid-19 e acumularam o total de casos desde o início de outubro até 29 de novembro, antes que o país começasse a facilitar seus requisitos de teste nucleico.
“Os resultados mostraram que Guangzhou já passou pela onda recente, enquanto as áreas urbanas de Pequim, Xangai e Chongqing estão no meio da onda atual que provavelmente passará até o final de 2022”, disse o estudo.
Nas áreas rurais de Chongqing, o fluxo de viagens do Festival da Primavera “pode acelerar” o início da próxima onda em até 30 dias, acrescentou.
“É razoável especular que o surto de Omicron no continente chinês pode aparecer em várias ondas, com reaparecimento de novos surtos locais possivelmente no final de 2023”, disse o estudo.
As medidas de emergência recomendadas pelo estudo devem ser direcionadas à administração de medicamentos de venda livre para pacientes sintomáticos de baixo risco, vacinados e com menos de 60 anos. Também recomendou o tratamento oportuno de populações de alto risco vacinadas e com mais de 60 anos com medicamentos antivirais.
O líder chinês Xi Jinping já havia apostado sua legitimidade política no Covid-0, mas a súbita reviravolta na política pegou o público e o frágil sistema de saúde do país despreparado, deixando muitos questionando sua sabedoria.
A escassez generalizada de remédios para resfriado e febre deixou os hospitais lutando para lidar com um aumento sem precedentes de infecções. E enquanto as fronteiras bem fechadas da China estão se abrindo gradualmente, alguns países parecem cautelosos para receber viajantes do país, impondo novos requisitos para um teste Covid negativo antes da viagem.
Alguns estudos estimam que o número de mortos pode ultrapassar um milhão, se a China não distribuir as vacinas de reforço e os medicamentos antivirais com rapidez suficiente.
O governo lançou uma campanha de reforço para os idosos, mas muitos relutam em tomá-la devido a preocupações com os efeitos colaterais.