Kyiv, Ucrânia
CNN
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Pelo menos duas pessoas ficaram feridas e a principal infraestrutura foi danificada em um ataque de drones russos à capital ucraniana Kyiv, a mais recente tentativa de Moscou de destruir o fornecimento de energia da Ucrânia.
Explosões e sirenes de ataque aéreo foram ouvidas pela cidade na manhã de segunda-feira, com alertas soando das 2h até depois das 5h, horário local.
A Força Aérea Ucraniana afirmou ter abatido 30 dos 35 drones lançados da noite de domingo para segunda-feira, mas aqueles que contornaram as defesas aéreas danificaram sistemas de energia e alvos civis.
Os drones autodetonantes Shahed-136 e Shahed-131, de fabricação iraniana, foram lançados da “costa leste do Mar de Azov”, disse a Força Aérea em um comunicado no Facebook.
Muitos dos drones tinham como alvo Kyiv, de acordo com a administração militar da cidade, que disse que 18 dos 23 vistos no céu sobre a capital foram interceptados. Não houve mortes registradas, mas as autoridades disseram que uma instalação crítica de infraestrutura foi atingida. Serhiy Popko, chefe da administração militar da cidade de Kyiv, disse que os serviços de emergência estão trabalhando para limitar as consequências do ataque.
Popko acrescentou que duas áreas no centro e no oeste de Kyiv foram as mais afetadas. Uma estrada em Solomyanskyi foi danificada e fragmentos de um drone pousaram em um prédio residencial alto no distrito de Shevchenkivskui.
As forças do presidente russo, Vladimir Putin, atingiram repetidamente a capital da Ucrânia e outras grandes cidades do país nas últimas semanas, tentando acabar com a rede elétrica e forçando milhões de ucranianos a ficar sem eletricidade, aquecimento e água durante os meses gelados de inverno.
Uma barragem de mísseis russos na sexta-feira causou um grande golpe na infraestrutura civil da Ucrânia, deixando milhões sem energia. Os repetidos ataques com mísseis e drones desde outubro, direcionados a infraestruturas críticas, fazem parte de uma estratégia do Kremlin para aterrorizar os ucranianos e violam as leis da guerra, segundo especialistas.
Na sexta-feira, o ministro da Energia ucraniano, Herman Halushchenko, disse que “nove instalações de geração de energia” foram danificadas, sem especificar suas localizações.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em seu discurso noturno no domingo, disse que a eletricidade foi restabelecida para um total de nove milhões de ucranianos após aquela rodada de greves, mas interrupções em grande escala permaneceram em algumas áreas.
“Agradeço a todos que realizam esses reparos em qualquer clima e 24 horas por dia”, disse Zelensky. “Não é fácil, é difícil, mas tenho certeza: vamos superar juntos e a agressão da Rússia falhará.”
Os repetidos ataques ocorrem quando ucranianos distantes das linhas de frente leste e sul da guerra terrestre buscam alguma aparência de normalidade nas vésperas do Natal.
Uma árvore de Natal artificial no centro de Kyiv foi instalada e decorada no fim de semana, preparada para ser iluminada com “guirlandas economizadoras de energia” que serão alimentadas por um gerador em horários específicos, disse o prefeito da cidade, Vitali Klitschko, no Telegram.
Cerca de 1.000 bolas azuis e amarelas e pombas brancas vão decorar a árvore na Praça Sophia, com um tridente colocado no topo da árvore. As bandeiras dos países que apoiam a Ucrânia serão colocadas na parte inferior.
Não haverá, no entanto, mercados de Natal, eventos de entretenimento de massa ou passeios na Praça Sophia, geralmente um foco de celebrações festivas, este ano.
As crianças ucranianas estão pedindo a São Nicolau defesa aérea e armas para “a vitória de todos os ucranianos”, disse Zelensky em seu discurso virtual para a cúpula dos líderes da Força Expedicionária Conjunta na segunda-feira.
“Hoje, no dia de São Nicolau … terroristas russos deram um presente para crianças ucranianas com novos ataques”, disse Zelensky.
“As crianças ucranianas em suas cartas a São Nicolau pedem defesa aérea, armas, vitória – uma vitória para eles, uma vitória para todos os ucranianos”, disse ele.
“Eles entendem tudo, nossos filhos. Vamos agir!” acrescentou Zelensky.
