Os investidores amargaram mais um dia de perdas na Bolsa de Valores brasileira. No final do dia, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado, registrou perda de quase 1%, para 102.856 pontos. Com o resultado da sexta-feira (16/12), a Bolsa acumula desvalorização de 4,4% na semana.
O nível do Ibovespa, em pontos, é o pior em quase seis meses. O mercado continua a ver com maus olhos a alteração na Lei das Estatais aprovada na última terça-feira (13/12). As ações da Petrobras, uma das possíveis alcançadas pela mudança nas regras para a nomeação de políticos para a presidência de empresas públicas, fecharam 10% nesta semana.
Por outro lado, as quedas do dia foram amortizadas por notícias de que o governo terá dificuldades para a aprovação da PEC da Transição. A proposta da equipe do futuro presidente Lula foi a de gastos na ordem de R$ 200 bilhões fora do teto, o que, na prática, abre espaço no Orçamento para a futura gestão gastar mais em 2023.
A expectativa do governo de transição era a de que o PEC fosse votado e aprovado pelos deputados nesta semana, o que não ocorreu. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), projeta a análise do texto para o início da semana que vem.
Impulsionado pelas “pedras no caminho” do futuro governo, o dólar encerrou o dia em queda de 0,4%, a R$ 5,29.
No cenário externo, os investidores ainda repercutem a alta das taxas de juros anunciadas nesta semana pelo Federal Reserve, nos Estados Unidos, e pelo Banco Central Europeu. Apesar do aumento, houve uma desaceleração no ritmo do aperto emocional.
Há temor, ainda, sobre uma possível recessão econômica em 2023 em algumas das principais economias do mundo, como Estados Unidos e diversos países da Europa. Esse é o principal fator que levou à queda do Ibovespa no último pregão da semana.