Especialistas explicam o motivo da avenida de Campinas ser palco constante de enchentes e tragédias

Campinas e Região



A Avenida Princesa d’Oeste foi construída sobre córrego canalizado, e área no entorno, impermeabilizada, não dá conta da vazão de água nos dias de chuva intensa. Especialistas explicam a razão do alagamento e da força da água na Av. Princesa d’Oeste Um dos pontos críticos de alagamento em Campinas (SP) em dias de chuva forte, a Avenida Princesa d’Oeste já foi palco de tragédias e momentos de terror, como o da família ilhada no início desta semana. Mas o que explica tanta velocidade e força da água nesse ponto da cidade? Arquiteto e professor da PUC-Campinas, João Verde explica que a região da avenida onde ocorrem as enchentes fica sobre o antigo córrego Lavapés, que foi canalizado no final da década de 1970 e início de 1980. Com o avanço da urbanização, houve aumento das áreas impermeabilizadas, o que dificulta a vazão da água que seguiria o curso natural do rio. Chuva em Campinas tem carros arrastados pela água e dá dicas piloto para motoristas em situações de alagamento Av. Norte-Sul, onde uma área de mata foi preservada entre os dois lados da avenida. Ali, a água que extravassa da calha do rio não provoca enchentes e nem causa tragédias. “Na hora da chuva, temporal, a água ocupa a praça, e quando ela para, o volume baixa. Faz parte da natureza do rio”, destaca Verde. Para o especialista, os alagamentos no trecho da Princesa d’Oeste são uma espécie de vingança da natureza, já que não há por onde tanta água ser evitada. Carro foi arrastado na Avenida Princesa d’Oeste, em Campinas Selma Pretti/Arquivo pessoal Experimento Professor do Instituto de Física da Unicamp, Leandro Tessler demonstra na pia de casa o efeito que faz com que a avenida fique rapidamente cheia de água (veja o vídeo acima ). Primeiro, demonstre como o encanamento disponível onde está o córrego não suporta a demanda. Aliado a isso, demonstra os efeitos ainda piores quando os pontos onde a água deveriam escoar também encontram entulhos, lixos, o que piora a situação. Por conta desse cenário, a indicação é evitar a área, sempre que possível. “Quando um carro está numa enchente, está sendo empurrado por toneladas de água. É uma coluna horizontal, mas está vindo com tudo. É uma força que provoca acidentes fatais, como já tivemos pessoas arrastadas, que podem bater em algo ou mesmo se afogar “, destaca Tessler. Família registra desespero ao ficar ilhada dentro de carro durante chuva em Campinas O que fazer? Para o arquiteto João Verde, entre as estratégias possíveis estão os chamados “Jardins de Chuva”, onde esses espaços para vazão da água seriam criados sob os canteiros, ou a adoção de estratégias para segurar parte da água das chuvas nos pontos mais altos, com locais de armazenagem, evitando o acúmulo nos pontos de vale. Procurada, a prefeitura de Campinas informou que já tem um plano definido para conter as enchentes no trecho e também na Av. Orosimbo Maia, que passa por problema parecido. A administração busca recursos para a obra, estimados em R$ 600 milhões. Sobre as sugestões do arquiteto, a prefeitura informou que as sugestões serão levadas em consideração na elaboração do projeto. Moradores resgataram mulheres presas em carro preso em enxurrada em Campinas Reprodução/EPTV VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

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