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O Reino Unido, o Japão e a Itália anunciaram na sexta-feira que estão se unindo para construir um caça a jato de sexta geração, projetado para rivalizar ou eclipsar os melhores aviões de guerra agora empregados por países como China e Rússia – e possivelmente até os Estados Unidos, o principal aliado do trio.
“Estamos anunciando o Programa Global de Combate Aéreo (GCAP) – um esforço ambicioso para desenvolver um caça de última geração até 2035”, disseram líderes britânicos, japoneses e italianos em um comunicado conjunto.
A declaração dos líderes não mencionou a China ou a Rússia pelo nome, mas disse que o novo caça é necessário porque “ameaças e agressões estão aumentando” contra a “ordem internacional baseada em regras, livre e aberta”.
“Defender nossa democracia, economia e segurança e proteger a estabilidade regional são cada vez mais importantes”, disseram os líderes.
Em uma declaração separada, o governo britânico disse que o desenvolvimento do novo avião de guerra deve começar em 2024 e que esteja voando em 2035.
Ele mostrará as tecnologias de cada um dos três parceiros, disse o comunicado britânico.
“A ambição é que este seja um jato de última geração aprimorado por uma rede de recursos como aeronaves não tripuladas, sensores avançados, armas de ponta e sistemas de dados inovadores”, acrescentou.
O novo jato é visto como um substituto para os caças Typhoon da Grã-Bretanha e os F-2 do Japão.
O novo programa verá a Grã-Bretanha, o Japão e a Itália seguirem seu próprio caminho sem a ajuda dos EUA, o principal fabricante de aviões de guerra do mundo.
Todos os três países fazem parte do programa de caça furtivo F-35 de quinta geração dos EUA, sob o qual todos os três voam o F-35 e as versões do avião de guerra são montadas na Itália e no Japão. Não se espera que o novo jato afete o programa F-35.
Em uma declaração conjunta com o Ministério da Defesa do Japão, o Pentágono apoiou o desenvolvimento do novo avião de guerra.
“Os Estados Unidos apóiam a cooperação de segurança e defesa do Japão com aliados e parceiros afins, inclusive com o Reino Unido e a Itália – dois parceiros próximos de ambos os nossos países – no desenvolvimento de seu próximo caça”, disse o comunicado EUA-Japão.
Enquanto isso, a declaração Reino Unido-Japão-Itália disse que o novo avião seria projetado para se integrar aos programas de defesa de todos os seus aliados e parceiros.
“A futura interoperabilidade com os Estados Unidos, com a OTAN e com nossos parceiros na Europa, Indo-Pacífico e globalmente – está refletida no nome que escolhemos para nosso programa. Este conceito estará no centro de seu desenvolvimento”, afirmou.
Os líderes disseram que o programa GCAP “apoiará a capacidade soberana de todos os três países para projetar, entregar e atualizar capacidades aéreas de combate de ponta”.
Os críticos dizem que os rígidos controles de exportação dos EUA sobre tecnologia militar às vezes limitam o que os clientes de aviões como o F-35 podem fazer para adaptá-los às suas necessidades específicas.
Os EUA também têm um caça a jato de sexta geração – conhecido como programa Next-Generation Air Dominance (NGAD) – em andamento. Ele foi projetado para ser o sucessor do F-22, que junto com o F-35 é considerado o melhor caça a jato do mundo.
O programa NGAD tem objetivos semelhantes aos do plano conjunto Reino Unido-Japão-Itália.
“A Força Aérea pretende que o NGAD substitua o caça F-22 a partir de 2030, possivelmente incluindo uma combinação de aeronaves tripuladas e não tripuladas”, diz um documento de pesquisa do Congresso dos EUA.
Mas, a partir de agora, os EUA estão seguindo o programa NGAD sozinhos.
Os líderes britânicos, japoneses e italianos destacaram os benefícios do trabalho conjunto.
“Isso aprofundará nossa cooperação em defesa, colaboração científica e tecnológica, cadeias de suprimentos integradas e fortalecerá ainda mais nossa base industrial de defesa”, disse o comunicado conjunto.
Espera-se também que o programa forneça um impulso econômico.
“Este programa trará benefícios econômicos e industriais mais amplos, apoiando empregos e meios de subsistência em todo o Japão, Itália e Reino Unido”, disse o comunicado.
O comunicado britânico disse que uma análise de 2021 da PricewaterhouseCoopers previu que o novo programa de aviões de guerra poderia sustentar cerca de 21.000 empregos por ano até 2050 e contribuir com cerca de US$ 32,1 bilhões (£ 26,2 bilhões) para a economia.
Enquanto isso, acredita-se que a China e a Rússia também estejam buscando aeronaves de sexta geração.
A China e a Rússia agora voam com caças de quinta geração – os jatos J-20 e J-31 de Pequim e o Su-57 de Moscou.
Mas os F-35 projetados pelos EUA são amplamente vistos como iguais ou melhores do que as aeronaves chinesas ou russas.
