Os rendimentos reais médios do mercado de trabalho brasileiro registraram crescimento de 2,5% no 3º trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (6/12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Trata-se do primeiro crescimento do rendimento médio do trabalho, na base de comparação anual, desde o 1º trimestre de 2020, no início da pandemia de Covid-19.
O rendimento habitual corresponde ao quilo que o trabalhador costuma receber mensalmente pela atividade que exerce. O rendimento efetivo é o quanto, de fato, foi recebido.
A renda média habitual real registrada no período ficou em R$ 2.737, ainda abaixo dos níveis observados antes da pandemia.
Segundo o Ipea, o rendimento habitual médio ficou em R$ 2.734 em setembro, o que representa uma alta de 1,5% em relação a agosto (R$ 2.693).
A renda efetiva também registrou alta na comparação com o mesmo período de 2021, de 2,5%. Entretanto, o valor está 2% abaixo do terceiro trimestre de 2019, antes da pandemia.
Setores mais resistentes tiveram as maiores quedas
Os setores mais formais e com trabalhadores mais reconhecidos foram os que apresentaram os maiores recuos na remuneração. Os destaques negativos ficaram por conta da administração pública (-0,6% na renda efetiva) e educação e saúde (-5,3%).
Por outro lado, os setores mais informais e de menor qualificação tiveram um crescimento mais forte da renda, como no transporte (3,9% na renda habitual e 2,3% na efetiva), construção (5,4% e 5,3 %, respectivamente), serviços pessoais e coletivos (9,6% e 10,8%), alojamento e alimentação (2,6% e 5,5%) e agricultura (12,6% e 12,7%).
Setor público teve recuo maior
Ainda segundo o levantamento do Ipea, o maior impacto da queda nos rendimentos ocorreu entre os trabalhadores do setor público, com uma retração de 2,3% da renda habitual e 3% da renda efetiva.
Já no setor privado, a renda habitual dos trabalhadores com carteira assinada subiu 1,6% no período, enquanto a renda efetiva avançou 1,1%.
Entre os trabalhadores que operam por conta própria, as altas foram de 4,2% e 5,4%, respectivamente. Os trabalhadores sem carteira assinada tiveram altas de 4,9% em ambas as categorias.