MP denuncia presos pelo assassinato de ganhador da Mega por extorsão mediante sequestro seguido de morte

Campinas e Região



A Promotoria de Hortolândia (SP) encaminhou à Justiça denúncia contra os 5 suspeitos, incluindo associação criminosa. Jonas Lucas, ganhador de R$ 47,1 milhões, foi morto em 14 de setembro. Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador da Mega-Sena, assassinado em Hortolândia (SP) Reprodução O Ministério Público (MP) denunciou à Justiça os cinco presos pelo assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena, pelos crimes de extorsão mediante sequestro seguido de morte e associação criminosa. O entendimento da Promotoria de Hortolândia (SP) acompanha a delegada Juliana Ricci, responsável pela investigação e pelo indiciamento dos suspeitos. A denúncia do MP foi formalizada em 11 de novembro, mas divulgada pelo órgão nesta sexta (18). Presos pelo assassinato de ganhador da Mega vão responder pelo crime mais grave do Código Penal brasileiro Segundo a investigação, o milionário saiu de casa na manhã do dia 13 de setembro no Jardim Rosolém, em Hortolândia, para caminhar, como sempre fazia, e levou sozinho a carteira e documentos. Jonas foi socorrido na manhã do dia seguinte às margens da rodovia com sinais de espancamento. Ele foi levado pelo resgate da AutoBAn ao Hospital Mário Covas, mas não resistiu. Veja imagens do ganhador da Mega-Sena antes do crime Prêmio motivou o crime, diz Polícia Civil Preso ateou fogo a celular antes de ser capturado Relembre crimes contra milionários premiados Estima-se que a vítima ficou cerca de 20 horas em poder dos criminosos, que retiraram R$ 20,6 mil de sua conta, por saques e PIX, antes de ele ser abandonado na Rodovia dos Bandeirantes. Durante o período em que esteve desesperado, os criminosos chegaram a tentar uma transferência de R$ 3 milhões, sem sucesso. Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, conhecido como Vini, quinto suspeito preso por envolvimentos na morte do ganhador da Mega-Sena Polícia Civil/Divulgação Dentre os presos, Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, foi o último capturado. A prisão dele ocorreu quando o crime completou um mês. Na época, Ricci detalhou a participação de cada um dos acusados ​​detidos. Veja abaixo: Rebeca Messias Pereira Batista (24 anos): forneceu os documentos para abertura de uma conta bancária para onde foi transferido dinheiro retirado do milionário da Mega-Sena. Roberto Jeferson da Silva, o Gordo (38 anos): responsável por abrir a conta com os dados de Rebeca, inclusive deu o endereço pessoal para abertura da conta. Também fez o saque de parte do dinheiro depositado na conta. Rogério de Almeida Spínola (48 anos): apontado como comparsa de Gordo, sempre visto em sua companhia nos vídeos obtidos pela Polícia Civil. Marcos Vinicyus Sales de Oliveira (22 anos): após a abertura da conta pelo trio, teria dado o “start” para o crime. Seria o motorista da caminhonete S-10 vista no local onde o milionário foi sequestrado (o veículo ainda não foi compreendido). Ele nega que tenha arrebatado a vítima, mas confirme que, de posse do cartão e senha, foi até o banco habilitar o aplicativo em um celular, onde fez como downloads via PIX. Marcos Vinicius Ferreira (22 anos): dono do Ford Fiesta preto que teria sido usado pelo sequestrador Jonas Lucas. Segundo a Polícia Civil, ele seria o responsável por manter o milionário sob ameaça, possivelmente com auxílio do revólver que foi apreendido com ele. O suspeito nega e diz que emprestou o carro para Vini. Nenhum dos envolvidos assumiu participação nas agressões sofridas por Jonas Lucas, que foi deixado com sinais de espancamento às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia, vindo a óbito no hospital no dia 14 de setembro. O crime Para a delegada que comandou a investigação, Juliana Ricci, os suspeitos tinham conhecimento da situação financeira de Jonas Lucas e agiram por conta do prêmio. Os presos negam o crime. A delegada rechaçou a versão apresentada pela defesa de alguns dos investigados, de que conseguiram apenas fornecer documentos ou agido com a intenção de cometer estelionato, e não extorsão mediante sequestro seguido de morte, que é a linha de investigação da Polícia Civil. “Investigamos todos eles como membros, todos tinham suas tarefas. Alguns dos presos legais que iriam praticar crimes menores, como estelionato, mas o que temos até agora é apenas a conta aberta em que depositaram dinheiro da vítima. Não tem outra conta, não tem outras vítimas”, pontuado, na data da prisão do quinto suspeito. Áudios Fantástico mostra as últimas imagens do ganhador da mega-sena que foi processado Áudios codificados pelo Fantástico mostram pedidos de Jonas Lucas para que o gerente de seu banco liberasse uma transferência de R$ 3 milhões a partir de sua conta (ouça no vídeo acima). Os pedidos foram feitos quando ele já tinha sido sequestrado e estava sob o poder da quadrilha, que tentou extorquir dinheiro da vítima. “Não chegou nada do comprovante, consegue agilizar isso pra mim?”, diz Jonas em uma das mensagens de áudio. “Tô aqui na fazenda, preciso fechar isso aqui hoje”, afirma, em outro momento. A delegada Juliana Ricci disse que o download foi negado porque “o valor era irreal”. “Ele estava subjugado, disso nós temos certeza. Pede transferência bancária, que obviamente foi negada porque o valor era irreal para ser transferido sem ser presencialmente”, disse. Imagens divulgadas pelo Fantástico também detalham a trajetória de Jonas antes de ser sequestrado pelo grupo. Irmãos escondidos Morte de ganhador da Mega: amigo diz que deu conselho para vítima sobre rotina Os irmãos de Jonas Lucas perderam a casa em que moravam no Jardim Rosolém após o crime e estão “escondidos”, segundo um amigo da vítima. Jonas foi velado e sepultado no dia 16 de setembro, em evento restrito que atraiu cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares. Um ônibus chegou a levar vizinhos para a cerimônia. O sepultamento ocorreu no Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP). “Depois do velório, não vi mais, não tenho notícia. Que resolva o caso mais rápido possível. Nem se soube (o local), vou falar”, disse. Segundo a delegada Juliana Ricci, o ganhador da Mega-Sena tinha um núcleo familiar pequeno e restrito, uma vez que não era casado nem tinha filhos. Ele morava apenas com os irmãos, e os pais já falecidos. LEIA MAIS Pacato, simples e querido: detalhadom perfil de ganhador da Mega-Sena morto em Hortolândia Milionário montou empresa com amigos e deixou negócio para se aposentar O que se sabe sobre a morte do ganhador da Mega-Sena no interior de SP Conselho de amigos Um amigo de Jonas Lucas contorno ao g1 que várias pessoas aconselharam “Luquinha”, como a vítima era conhecida, a mudar de rotina e sair do bairro depois de virar milionário. Uma das aplicações que fez com o dinheiro foi reformar a residência que dividia com os irmãos, mas nada de luxo. Segundo o homem, que preferiu não ter a identidade revelada, Luquinha nunca quis sair do Jardim Rosolém e acreditou que nada aconteceria. “‘Muda de lugar, Luquinha, vai para um condomínio fechado, muda a rotina’. Ele nunca quis”, recorda. De hábitos simples, Jonas Lucas saía de casa todos os dias entre 5h30 e 6h e seguia até uma padaria do bairro. Na manhã do dia 13, acabou sequestrado, extorquido e espancado. Quem são os presos Rogério de Almeida Spínola Rogério Spínola, de 48 anos, foi preso por participação na morte de ganhador da Mega-Sena em Hortolândia Polícia Civil Rogério Spínola, de 48 anos, foi o primeiro preso da investigação. Tem uma série de passagens pela polícia por crimes como roubo, furto, homicídio, estelionato e lesão corporal. Spínola cumpriu 15 anos de prisão e saiu da penitenciária em dezembro do ano passado. A prisão do suspeito foi feita em Santa Bárbara d’Oeste e, segundo a polícia, ele nega participação no crime. Rebeca Messias Pereira Batista Mulher identificada como Rebeca foi presa suspeita de envolvimentos na morte de ganhador da Mega-Sena Rodrigo Pereira/g1 Rebeca foi presa na manhã do dia 17 de setembro no bairro Mollon e, depois, encaminhada para o Deic de Piracicaba. Segundo Polícia Civil, foi para uma conta no nome dela que os suspeitos transferiram parte do dinheiro da vítima. A subinspetora da Guarda Civil Municipal, Érika Traldi, afirmou que a mulher alegou ter sido “abordada” por dois homens, que a levaram até um banco e pediram para que abrissem uma conta. Rebeca passou dois apelidos dos homens e disse não saber os nomes. Roberto Jeferson da Silva, o Gordo Roberto Jefferson da Silva, o Gordão, e Rebeca, juntos na tarde após a morte do ganhador da Mega-Sena Polícia Civil/Divulgação Segundo a Polícia Civil, Roberto Jeferson da Silva, conhecido como Gordo, preso na tarde de 23 de setembro, teria aberto a conta em nome de Rebeca e depois feito o saque de parte dos valores. Ele não possui passagens pela polícia. Marcos Vinicius Ferreira Marcos Vinicius, 22 anos, preso em Campinas (SP) suspeito de participação na morte do ganhador da Mega-Sena Reprodução/EPTV Penúltimo preso pela Polícia Civil por envolvimentos no caso, Marcos Vinicius, de 22 anos, é homônimo de Vini , preso nesta sexta (14). Ele foi capturado em Campinas (SP). O nome de Marcos Vinícius surgiu durante uma investigação, mas por conta do período eleitoral, que autoriza apenas a prisão em flagrante, a equipe teve de adiar a captura para após o 1º turno. O jovem acabou preso em flagrante por porte ilegal de um revólver com numeração suprimida, mas teve a prisão temporária decretada pela Justiça de Hortolândia no inquérito que apura extorsão mediante sequestro seguido de morte. Com ele foi entendido um Ford Fiesta Preto, que segundo a Polícia Civil teria sido usado no sequestro de Jonas Lucas. Marcos Vinicius também experimentou conhecer o xará. Marcos Vinicyus Sales de Oliveira Imagens de câmera de segurança de banco flagrou Marcos Vinicyus, segundo a polícia Reprodução Segundo o diretor Departamento de Polícia Judiciária do Interior 9 (Deinter 9), Kleber Altale, Marcos Vinicyus, conhecido como Vini, dirigia um dos veículos usados no crime, uma caminhonete S-10. A Justiça decretou a prisão dele em 17 de setembro. A vítima foi abordada quando saía, a pé, de uma padaria e obrigada a entrar na caminhonete. Os criminosos usaram violência ”extrema”, segundo a polícia, para que ele informasse os dados bancários. A delegada Juliana Ricci afirma que foi Marcos Vinicyus o responsável pelos dois saques de R$ 1 mil e pela transferência no valor de R$ 18,6 mil da conta de Jonas Lucas. O suspeito foi flagrado por câmeras de segurança em uma agência da Caixa Econômica de Campinas, onde realizou a transação. Segundo Juliana, Marcos Vinicyus também habilitou um aplicativo de celular para conseguir realizar as movimentações financeiras. O suspeito tem passagens por estelionato e receptação e deixou o sistema penitenciário em setembro de 2021. Lotérica no Jd. Nova Europa, em Campinas (SP), onde Jonas Lucas fez a aposta vencedora da Mega-Sena em 2020 Reprodução/EPTV Texto inicial do plugin Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

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