Decisão proferida nesta quarta-feira (16) pelo juiz José Henrique Torres confirma prescrição do crime cometido em 10 de setembro de 2001; ou seja, o autor do assassinato, ainda que identificado, não poderá ser punido. Toninho, ex-prefeito de Campinas, foi assassinado em 2001 Reprodução/Quem Matou Toninho A Justiça arquivou o inquérito policial que apurou a morte do ex-prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT. O crime completou 20 anos em 11 de setembro de 2021 e a decisão proferida nesta quarta-feira (16) pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres, da Vara do Júri, atende ao requerimento do Ministério Público (MP). O tempo transcorrido resulta, em tese, na prescrição do crime – o que significa que o autor do assassinato, ainda que identificado, não poderá ser punido. “(…) infelizmente, caberá apenas à história desvelar os fatos em toda a sua inteireza, revelando os autores, partícipes e mandantes desse hediondo crime que infelicitou o nosso Estado de Direito Democrático”, escreveu Torres, em decisão que marcou ainda sua despedida da comarca. Diante da falta de respostas do processo criminal, a família de Toninho acionou a Organização dos Estados Americanos (OEA) para pedir a garantia do estado brasileiro por omissão nas investigação do assassinato do político. A denúncia foi encaminhada em março para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o advogado William Ceschi Filho espera pela análise sobre admissão dela até dezembro e posterior envio para a Corte. O crime que tirou a vida do político durante o mandato foi mudado no ano passado pelo g1 no documentário “Toninho 20 anos: a verdade é demais para nós?” (ASSISTA ABAIXO). O conteúdo resgatado memórias da história do arquiteto e da noite do crime; traz à tona documentos sob sigilo que contradizem as versões oficiais e provam a falta de estrutura da polícia; e mostra as perspectivas do caso. LEIA MAIS Entenda o que significa a denúncia à OEA; Assista ao documentário do g1 sobre os 20 anos do assassinato; Sem descartar política motivada, MP mantém a tese de que ex-prefeito foi morto por ‘membros do grupo chefiado por Andinho’; Documentos sob sigilo contradizem versões oficiais e provam falta de estrutura para apurar; Monumento em homenagem ao ex-prefeito Toninho Rafael Smaira / g1 O caso Toninho Aos 49 anos, o arquiteto foi morto na noite de 10 de setembro de 2001, por um disparo que o combustível na artéria aorta quando ele saiu do shopping Iguatemi, pela Avenida Mackenzie, e retornava para a casa. Toninho havia sido eleito em 2000 e estava no poder há oito meses quando cometeu o crime. Para a família, o assassinato teve motivação política. Eles se baseiam na atuação de Toninho, não só na prefeitura, mas ao longo da trajetória de vida. Antes de ser eleito, o petista moveu ações populares contra grandes empreiteiras, lutou pelo tombamento de prédios históricos em contraposição à especulação imobiliária, colaborou com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico e denunciou supostas irregularidades no contrato do Veículo Leve sobre Trilhos ( VTL). Segundo o MP, instâncias apontam que o tiro que matou Toninho partiu de Anderson José Bastos, o “Ancio”, um sequestrador que integrava a quadrilha de Wanderson Nilton de Paula Lima, o “Andinho”. Ancio e outro comparsa foram mortos em Caraguatatuba (SP) por presidiários civis de Campinas menos de um mês após o crime contra o prefeito. O MP não descartou política para o caso, mas afirma que hoje não foi possível chegar a induzida até que apontassem esta tese. O documentário O documentário “Toninho 20 anos: a verdade é demais para nós?” foi produzido ao longo de cinco meses pela equipe de jornalistas do g1, da EPTV, afiliada da TV Globo, e com a captação e finalização em parceria com a LZP Produções. Além dos depoimentos de familiares, amigos, advogados e o juiz do caso, o vídeo conta também com o material extraído resgatado do acervo do Cedoc, também da EPTV, com imagens captadas na cobertura do crime à época. Toninho 20 anos: a verdade é demais para nós? VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas.
Fonte G1